em vez de asas, quero despenhadeiros em vez de ruas, escolho labirintos em vez de calma, invento desesperos em vez de água, uma taça de absinto em vez de beijo, escolho pesadelo em vez de sonhos, noites sem dormir em vez de flores presas no cabelo quero o constante medo de existir em vez de sol, escolho o frio inverno em vez de cores lindas no caminho quero o cinzento escuro céu do inferno em vez de pétalas, escolho os espinhos a indiferença em vez de abraço terno em vez de amor, prefiro ser sozinha.
quinta-feira, 8 de julho de 2010
ninguém me enxerga por dentro, além do que é aparência talvez falte paciência ou atrapalhe o sentimento, alguns ouvem o lamento outros lêem as reticências ou quando ando lenta pela estrada da dormência e mesmo toda a afinidade dos tantos olhos atentos buscando com suavidade, recebo cuidado e alento mas no fundo, de verdade ninguém me enxerga por dentro...
quarta-feira, 7 de abril de 2010
Amanheci encolhida em um dos cantos do meu quarto é que hoje eu fiquei farta de toda essa liberdade negociei com a maldade das minhas próprias intenções apontei todos meus canhões pra cada espelho da casa e como quem extravasa o grito que a alma guarda da forma mais desastrada bradei com toda violência e agora, os olhos da urgência miram meu rosto sisudo e se meus lábios ficam mudos, se meu corpo se encolhe é só porque quem escolhe plantar brisas no inverno por conta da intensidade, colherá, na eternidade tempestades no inferno ...